31/01/10

Prevenção e primeiros socorros a animais V

A VELHICE

Um gato terá uma longevidade variável em função da raça e, claro, dos cuidados que lhe forem prestados (já para não falar de tantos acasos e perigos que inspiram estes amigos...).
Ter em casa um gato além de 17 anos é um feito. No entanto existem vários relatos de gatos que viveram além dos 20 anos (pessoalmente conheci um com 24 anos).
A sra. Gata, ilustrada na foto, por exemplo, faz 15 anos em Maio e tem sido um exemplar de saúde ao longo deste tempo, provavelmente beneficiada pela nossa convivência...
Mas é um facto que a geriatria animal requer alguma atenção especial.
Também eles sofrem algumas alterações físicas e em provecta idade pode acontecer que emagreçam bastante. O apetite, esse , pode diminuir ou aumentar, assim como a sede. Estas situações podem resultar do deficiente funcionamento orgânico, como o fígado e o rim.
Se o apetite aumentar, deve tentar acompanhar-se essa situação distribuindo a quantidade de alimento que o animal requer ao longo de várias refeições. Existem rações comerciais adequadas a esta fase da vida, com aporte proteico e vitaminico suficiente e adequado e, se for possível adquiri-las, não é requerido mais nenhum acréscimo alimentar.
Com a idade podem sofrer de preguiça intestinal e para este problema, basta adicionar à comida uma colher de chá de azeite duas vezes por semana. Se não resultar é conveniente adquirir , no veterinário, um laxativo apropriado.
Na velhice a boca do nosso amigo exige um cuidado especial. A ração seca , por si, ajuda mecânicamente à limpeza dos dentes, mas, creiam, que a lavagem dos dentes aos nossos velhotes uma ou duas vezes por semana , não devia ser posta de lado. Ao longo da vida forma-se muito tártaro e nesta fase, mais gulosos, tendem a comer guloseimas que agravam essa situação, danificando as gengivas e facilitando a queda de dentes. O ideal é que ao longo da vida lhes sejam feitas as destartarizações necessárias num centro veterinário... É que as inflamações bucais e os dentes cariados estão directamente relacionados com danos renais e hepáticos, e nesta fase da vida sujeitá-los a uma anestesia geral pode ser arriscado.
Com a velhice os gatos tendem a descuidar-se na sua higiene (eles que são tão orgulhosamente limpos e aprumados ao longo da vida...), pelo que se pode dar uma "ajuda" escovando-os regularmente ou dando-lhes banho com produtos secos comerciais, que se podem adquirir em centros de atendimento animal.
Uma situação que pode ocorrer é que estes velhos amigos percam o controlo dos intestinos ou da bexiga. Neste caso, tem de se recorrer mesmo ao médico veterinário para averiguar o problema, que pode ser uma cistite (infecção da bexiga), e tratá-lo convenientemente.
A surdez ou a perda de visão surgem pouco a pouco e aí temos de os auxiliar e adaptar-lhes o espaço físico às suas limitações e protegendo-os de perigos, como cães, fogueiras etc. Por exemplo, não se deve , nestas circunstâncias, mudar o local do prato de comida e da água.

Esta fase pode ser medicamente assistida, não havendo resoluções milagrosas, existem medicamentos capazes de auxiliar os nossos velhotes neste período, nomeadamente ao nível da vitalidade.

Certo é que os nossos companheiros de uma vida nos merecem, nesta fase, uma compreensão redobrada. E merecem mesmo!

4 comentários:

Mar Arável disse...

Precisamente o que recomendo

para os meus cães

BJ

svasconcelos disse...

Mar Arável: Pois, os cuidados são semelhantes. De facto tenho sido tendenciosa, esta minha paixão pelos gatos ofusca o imenso carinho que tenho pelos canídeos. Hei-de reservar-lhes uns posts...:))
bj

Fernando Samuel disse...

Tal como com os humanos...


Um beijo.

svasconcelos disse...

Fernando Samuel:tal como os humanos! beijo.