28/12/10

Operários do ano inteiro!

Sim, eu sei que o Natal já passou e que eu sou uma "contestária" da época (nos princípios que sobressaem, pelo menos, como o consumismo e quejandos). Mas, no fundo, até devo ser resiliente, pois enternecem-me canções como esta, de uma poesia e ternura acolhedoras... Estes operários, na verdade, não são só do Natal, mas do ano inteiro!

É para os Amigos, esta canção.

E por falar em ano, para todos vocês: um bom 2011!!

20/12/10

Katusha - The Red Army Choir

Mais descobertas (facultadas por uma amiga e camarada).
Vá, feliz Natal!
Estas músicas incitam-me a tanta fraternidade, esperança, futuro (sem que eu perceba uma só palavra)... que quase me esqueço que não gosto do Natal.

Le chant des partisans de l'Amour

Estou encantada, que linda!
Não sei nada de russo, o que lamento, mas no caso é quase dispensável para apreender a emoção grandiosa desta canção!
(obrigada Cat:)

Moscow Nights - The Red Army Choir

Músicas lindas, "fresquinhas" no meu reportório de eleição , apresentadas por uma (verdadeira) Catarina:

19/12/10

Feliz Natal

Gostar do Natal não gosto, mas não vou discorrer nos motivos e tornar este post um manifesto de revolta pelo consumismo, pelo capitalismo descarado, pela pobreza espiritual, pelos valores enviesados, pela hipocrisia com data marcada em cada ano, pela caridadezinha impiedosa e incapaz de erradicar as causas da pobreza e da desigualdade social, pelo vazio imenso que me assola nesta época...
Vou antes respeitar as crenças e as motivações de cada uma das pessoas que se entusiasmam (euforicamente até) com esta época e a todas deixar uma das poucas canções de Natal que gosto, cantada pelos Pogues e pela Kirsty MaccColl.


(Armando, há uns anos - tantos já! - apresentavas-me os Pogues, lembras-te?)

A todos quanto visitam este blogue : Um bom Natal!

Cesariny

Hoje fizeram-me recordar Cesariny, uma referência maior do surrealismo, uma paixão que (me) incita recorrentemente a ir ao encontro dos seus poemas.



Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco


uma espécie de porta)

Mário Cesariny de Vasconcelos

14/12/10

José Barata Moura - Vamos brincar à caridadezinha



Tão a propósito...
"Neste mundo de instituição cataloga-se até o coração"

12/12/10

Agustín Lara: Piensa en mí - Versión original



Porque me lembrei de um amigo Poeta, que me apresentou o Augustin há uns anos.
(embora posteriormente eu tenha ganho preferência pela interpretação da Chavela Vargas...)

11/12/10

Uma censura financeira à Liberdade de criação

Por Joaquim Benite:

Os cortes ao teatro, como já vimos, vão agravar mais ainda as condições gerais da economia. Além do desemprego que provocam têm, na presente situação de crise, um outro efeito perverso: vão repercutir-se directamente nos orçamentos familiares dos espectadores, já castigados com cortes salariais, aumento geral do custo de vida, redução das regalias sociais, congelamento de pensões, custos agravados na saúde e na educação, etc., num quadro em que o universo de pobreza se alarga diariamente e as condições de vida se deterioram de forma drástica. Os criadores não podem deixar de ser sensíveis a esta situação, que implicará certamente sobressaltos na sua actividade.

Mas, mesmo assim, estarão condenados à derrota todos os procedimentos e propostas que visem amarrar os criadores a uma técnica, qualquer que ela seja, ou a um sistema que condicione a sua acção, porque justamente o que distingue o artista é que tendo ele que adoptar uma estética e uma ética, essa estética e essa ética não podem deixar de ser, obrigatoriamente, uma estética e uma ética próprias.

Na natureza do teatro – ou, de um modo geral, da poesia – está a insubmissão. A arte teatral, como as outras, é um longo diálogo que preenche uma vida e necessita de muitas vidas em várias gerações para se desenvolver. As interrupções bruscas deste diálogo e as perturbações que os parâmetros que se pretende impor à liberdade criativa determinam, constituem a consequência mais desastrosa para o País e para as futuras gerações, pois afectam a independência da criação.

Não será, evidentemente, por causa dos cortes que as Companhias vão sofrer que o teatro português, no seu conjunto – dentro das largas e provadas tradições de solidariedade e de consciência cívica –, deixará de dar voz, como é sua obrigação, à dolorosa situação que, em todo o País, afecta os milhões de pessoas entre os quais se encontra o seu público. Os teatros de Arte, comprometidos com o pensamento e a reflexão e conscientes da sua função cívica, não deixarão de encontrar, naturalmente, como está a suceder em toda a Europa, um papel no protesto e no esclarecimento. A tentativa de reduzir a sua acção utilizando os instrumentos administrativos da censura financeira sairá lograda.

Aos cortes aos teatros espalhados pelo País juntam-se os cortes impostos pelo Orçamento do Estado aos orçamentos das Autarquias, que têm tido uma acção essencial em muitos projectos consolidados e em progressão, tornando mais difícil o seu papel determinante no desenvolvimento artístico e cultural.

O corte orçamental ao TMA é, também, uma cilada montada à cidade de Almada, à sua identidade e ao seu protagonismo. É um ataque a uma Autarquia que, pela sua actividade cultural exemplar, ganhou o respeito de todo o País e é hoje, com o seu Teatro, a sua Companhia e o seu Festival Internacional, uma referência mundial de qualidade artística, de vitalidade, e de modelar capacidade de organização. O prestígio de Almada contribui para o prestígio de Portugal no estrangeiro. O TMA vai continuar a fazer o que sempre fez desde há 32 anos: Vamos lutar, Vamos reagir!

10/12/10

José Larralde - Amigo



Outra canção de afecto e de luta.
Larralde, que devo a um amigo, é um grande poeta!

09/12/10

FESTIVAL TV 1976 NO TEU POEMA



Era menina, ainda sem saber ler, e sustinha-me a ouvir esta canção, dançando suavemente e, diz a minha mãe, a sorrir como se interiorizasse o poema...
Hoje, crescida, já não embalo o corpo quando a ouço, mas retenho-me sempre, comovida, com tanta expressão de afecto, de luta e de vida contidos num poema !

08/12/10

Tomar Partido - Ary dos Santos



Para mim, um manifesto contra a covardia!