Dos poemas mais comoventes que li, de Sidónio Muralha:
(e por este poema também se viaja aos "capitães da areia", aos "esteiros"... e a tantos meninos "com lágrimas no rosto"que povoam a nossa realidade.)
Atrás dos muros altos com garrafas partidas
bem para trás das grades do silêncio imposto
as crianças de olhos de espanto e de medo transidas
as crianças vendidas alugadas perseguidas
olham os poetas com lágrimas no rosto.
Olham os poetas as crianças das vielas
mas não pedem cançonetas mas não pedem baladas
o que lelas pedem é que gritemos por elas
as crianças sem livros sem ternura sem janelas
as crianças dos versos que são como pedradas.
A25A
Há 3 dias
5 comentários:
Gritemos então por elas!
Longa vida para o "Catarina de todos nós"!
Abreijos
...e acabo de pendurar o "Catarina de todos nós" na lapela do "Cantigueiro".
Vamo-nos lendo...
Abraço.
Obrigada Samuel!
Para mim é uma honra, um privilégio maior!, estar pendurada na lapela do "Cantigueiro". Isto deve ser a chamada "sorte de principiante"! :))
beijos,
Um belíssimo poema - que também já passou cá pelos meus lados.
Um beijo amigo
Fernando Samuel:
Eu lembro-me. :))
E hei-de surripiar-te alguns poemas de vez em quando...O teu blogue é uma fonte de inspiração imensa, um lugar que se quer revisitar todos os dias.
Beijo,
Sílvia
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