da minha mente, como uma velha estampa;
a tua figura já não tem cabeça
e um braço está desfeito, como nessas
decalcomanias desoladas
que os rapazes fazem na escola
e são depois, no livro esquecido,
uma mancha dispersa.
Quando estreito o teu corpo,
tenho a leve sensação de que está feito de estopa.
Falas-me, e a tua voz vem de tão longe
que mal consigo ouvir-te. Além disso, já não acredito em ti.
(...)
Nicolás Guillen* in Antologia Poética
* Poeta cubano nascido em 1902, representa, como já aqui se referiu, a poesia negra e crioula do seu país, poesia essa que se reveste de um grande humanismo e consciência social, ou não fosse ele um poeta do povo e para o povo! É também autor de inúmeros poemas, denominados de amor.
5 comentários:
Bem-vindo
-vinda!:)
Guillén é um dos GRANDES...
Um beijo.
Faz-me lembrar algo da "Sombra do Vento" será?
Fernando Samuel: plenamente de acordo. É daqueles que se reincide, reincide...:)
Armando: Já me recomendaram esse livro, e talvez o leia um destes dias... mas este poema não será tão trágico quanto a história de amor e feitiço desse livro.
.)
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