02/11/09

O mundo de Obama


Hoje calhou-me uma daquelas conversas de café que trouxeram a política internacional à ribalta. Não sou indiferente ao assunto, pelo contrário, mas também reconheço que na maioria das vezes se discute sem dispor de toda a informação necessária para se retirar ilações e formular opiniões conformemente. Umas vezes, porque não se tem tempo para a procurar, outras porque a informação que nos chega vem de tal forma censurada e manipulada, que, qualquer juízo que se faça, incorre na presunção de erro.
Na maior parte das vezes, tende-se a opinar pela mera leitura dos títulos garrafais ou panfletários da imprensa (sobretudo a de cordel ) , e neste raciocínio afirmava-se hoje, por exemplo, que Cuba tinha acusado peremptoriamente os EUA de introduzir a gripe A na ilha....
Bem, o que me foi possível ler conduz-me a uma leitura e interpretação bem diferentes : " (...) Se produjo así el extraño caso de que Estados Unidos, por un lado, autorizó los viajes del mayor número de personas portadores del virus y, por otro, prohíbe la adquisición de equipos y medicamentos para combatir la epidemia. No pienso, desde luego, que esa haya sido la intención del gobierno de Estados Unidos, pero es la realidad que resulta del absurdo y vergonzoso bloqueo impuesto a nuestro pueblo.”

Na mesma conversa houve quem defendesse convictamente que o mundo mudava gradualmente (ou que mudaria) com a liderança de Obama. Mais uma vez ressalvo o facto de poder não estar devidamente documentada, ou de andar a ler jornais bem diferentes dos demais, mas contrapus uma sucessão de afirmações do "género", na medida em que:
- A crise não se resolveu e não me parece que se vá resolver com a táctica económica utilizada, que, ao que sei, foi a mera injecção de muito (muitooo!!) dinheiro dos contribuintes aos bancos e empresas falidos. Algum economista que me socorra se estiver errada, até porque este não é o meu domínio, mas o combate à crise não se faria antes com o estabelecimento de regras (normas!) no sistema financeiro?!

- Obama mudou de discurso, é verdade, e com reconhecidos dotes de retórica ( e só! ) lá vai convencendo o mundo que tem vontade política de resolver o conflito Israelo-Palestiniano; que tem boas intenções para com o mundo islâmico, que retiraria gradualmente as tropas do Iraque, do Afeganistão...; que pretende encerrar Guantánamo (foi promessa eleitoral, se me lembro, cuja solução seria cumprida em 100 dias!)... Ah, e ainda as Honduras, criticou o golpe militar, é um facto , ao que parece, mas interveio convictamente no conflito?Já lhe pôs termo? Ora, se o golpe fosse na Colômbia queria ver...

E a realidade, no meio de tanto "optimismo", é que este presidente continua a não dar sinais de mudança. O mundo de Obama não é, afinal, diferente do de Bush, por mais "angélico" que queira parecer.

2 comentários:

Armando Sena disse...

Ai, ai, que ainda há quem vá em conversa de políticos.

svasconcelos disse...

Pois, mas eu sou das que acreditam que os políticos não são todos iguais...
bjs