12/11/09

O Mar

I

El mar. La mar. El mar. ¡Sólo la mar!
¿Por qué me trajiste, padre, a la ciudad?
¿Por qué me desenterraste del mar?
En sueños, la marejada me tira del corazón. Se lo quisiera llevar.
Padre, ¿por qué me trajiste acá?

II

Gimiendo por ver el mar,
un marinerito en tierra
iza al aire este lamento:
¡Ay mi blusa marinera!
Siempre me la inflaba el viento
al divisar la escollera.

III

Pirata de mar y cielo,
si no fui ya, lo seré.
Si no robé la aurora de los mares,
si no la robé,
ya la robaré.
Pirata de cielo y mar,
sobre un cazatorpederos,
con seis fuertes marineros,
alternos, de tres en tres.
Si no robé la aurora de los cielos,
si no la robé,
ya la robaré.
* Rafael Alberti, poeta espanhol, o último da Geração de 27, à qual também pertenceu Garcia Lorca, foi um amante das palavras e do mar.

Tavez o mar seja um lamento,
um chão de lágrimas
derramadas por poetas...

3 comentários:

Armando Sena disse...

Muito a propósito e marcante. Como será viver com o mar a rodear-nos permanetemente e do seu ânimo depender? Também ele sujeito a sentimentos como fúria, vigor, suavidade e ternura...

Fernando Samuel disse...

Este Mar está traduzido em Portugal - felizmente.

Um beijo.

svasconcelos disse...

Armando: Por vezes é um lamento, como disse. Mas não tê-lo, por vezes, é um tormento... Um dilema de ilhéus, que se tornam marinheiros em terra e fugitivos no mar. Não é diferente do cerco do "mar de penedos " do Torga, que também experimentei..:)
beijos,

Fernando Samuel: sim, está. Mas ontem lia-o(s) assim e postei-o(s) assim. :)
beijo,