Parte I do poema de José Salsorte, porque a face de um país tem sempre um reverso, e eu gosto de reservar o melhor para o "fim":
Grande América
United States of
pátria dos Orson Welles predestinados
para a comunicação imagética
berço embriagante dos blues em New Orleans
terra de Lincoln, Roosevelt, Kubrick
reino onde germinaram seduções de Whitman, Bogart, Twain
e glorificada por Sinatra, Allen, Brando, London
três gerações indómitas
- os exploradores polares
- os pioneiros da aeronáutica
- os aventureiros cósmicos
Grande América
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enaltecida pela música, desde o jazz até às baladas dos protestos
palco daquele precipitado primeiro de Maio em Chicago
patrona dos Direitos do Homem
potentado da Ciência ao serviço do Progresso
conforme o demonstraram Edison ou Franklin ou Bell e Morse
semente do raciocínio eclético de Ângela Davis a Paul Robson
razão contida em George Jackson e também Malcolm X
Grande América
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que te soubeste expôr perante o mundo
na casa Kaufmann das Cascatas e no gigantismo de Lloyd Wright
sobre as melodias impressionadas por Copland, Simon, Gershwin e Bernstein
através literaturas contestatárias dos Caldwell, Miller, Poe
com ternuras de Fitzgerald, Hemingway, Steinbeck, Pound
e graças aos heróicos repórteres de tantos Watergates
Grande América
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fonte dos hereditários princípios semelhantes
elegia ancestral da libertação colonial
sumo do Amor brusco e outonal
como Reed te estremeceu universalmente
Grande América
2 comentários:
Memória, consciência, combate, cumplicidade, respeito, admiração, arrojo, justiça, esperança, sonho, utopia.
Silvia, é bonito recordar assim José Salsorte.
Tenho a certeza, que esteja onde estiver, o merece.
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