25/11/10

Saudades


Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

4 comentários:

Maria disse...

Esta mulher amou tanto...
Obrigada pelo soneto. Gosto tanto dela!

Beijos.

Fernando Samuel disse...

Florbela, bela, bela...

Um beijo.

trepadeira disse...

Toca,às vezes até deprime.
Não gosto de chorar,prefiro gritar.
Um abraço,
mário

svasconcelos disse...

Maria: Pois amou, com uma intensidade e veracidade sublimes!
beijo para ti, Maria.:)

Fernando Samuel:também gostas não é?:)) Impossível não adorá-la... Um beijo,

Mário: Sim,a Florbela toca-nos de tal forma, que as lágrimas e as inquietações afloram à nossa mente. O pranto da Florbela era também o seu grito.
Um beijo:)