02/04/11

CANÇÃO DE GUERRA

Um poema surripiado ao "Cravo de Abril" agora mesmo, adequa-se ao travo que tenho na alma por estes dias: Aos fracos e aos covardes não lhes darei lugar dentro dos meus poema. Covarde já eu sou. Fraco, já o sou demais, e se entre fracos for me perderei também. Quero é gente animosa que olhe de frente a Vida, que faça medo à Morte. Com esses quero ir, a ver se me convenço de que também sou forte. Quero vencer os medos... Vencer-me - que sou poço de estúpidos terrores, de feminis fraquezas. Rir-me das sombras, rir-me das velhas ondas bravas, rir-me do meu temor do que há-de acontecer. Venham comigo os fortes... Façam-me ter vergonha das minhas cobardias. E de seus actos façam (seus actos destemidos) chicotes prós meus nervos. Ganhe o meu sangue a cor das tardes das batalhas. E eu vá - rasgue as cortinas que velam o Porvir. Vá - jovem e confiado, cumprindo o meu destino de não ficar parado. Sebastião da Gama

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