10/02/11

IKEA e capitalismo

Hoje lia uma notícia que não me deveria surpreender, mas que expressa bem a fúria capitalista de magnatas, e o quanto se colam à pobreza de valores construtivos de um ideal social. Por acaso, e também por razões geográficas, nunca fui cliente dessa grande empresa que se chama IKEA - e certamente evitarei sê-lo a qualquer custo a partir de agora, a atestar a veracidade do que li.
Entre outras informações, que foram publicadas em livro por um ex alto quadro da empresa, fiquei a saber que a madeira usada (não sei se a 100%) provém ilegalmente da China ou da Rússia, ou seja, provavelmente da desflorestação abusiva desencadeada por máfias, às quais os direitos humanos são insignificantes, nomeadamente e , no caso, não é difícil imaginar o grau de exploração que deve estar na origem desta situação.Vejam lá o cinismo do grande capitalismo como opera: por um lado desfloresta criminosamente, por outro tem um fundo de donativos para a protecção ambiental.
Mas , e ainda em matéria de protecção da natureza, são capazes de outras atrocidades: depenam aves vivas para as almofadas e edredões, e mantêm-nas vivas durante um máximo de tempo para rentabilizarem o produto, mais que uma vez. Isto é de um horror absoluto, ao que uma empresa sem escrúpulos chega para poder comercializar um produto a baixo custo!...
Se tivesse ficado por aqui na leitura, já seria suficientemente chocante, mas no artigo discorre-se sobre mais: as mulheres são discriminadas meramente pela sua condição de género e são impedidas de chegar a carreiras de topo! Em matéria de multinacionais e para quem já trabalhou numa, isto não é novo. Os negros também são tidos como elementos pouco confiáveis.
Ou seja, estamos perante um exemplo digno da política capitalista: exploração, ilegalidade, atentados humanos e ambientais, doações e fundações.
E sabem que mais, ainda? O dono desta empresa tem um passado nazi, e ao que foi relatado no artigo, o seu ídolo era... Hitler.

8 comentários:

Fernando Samuel disse...

Lembras-te da D. Abastança, «esposa do comendador, senhor da alta finança», do Adriano/Manuel da Fonseca?: «ela dá, ele subtrai»...

Um beijo.

trepadeira disse...

Há,por aí,cada vez mais assim.Acho que sempre o foram só que agora encontram terreno mais favorável para se revelarem.
Chegava-me,também hoje,um email sobre a Guiné Equatorial,arrepiante de horrores.
A teia que esses nazis estão a tecer.
Um abraço,
mário

César Ramos disse...

É verdade Sílvia,

Também choquei com essas revelações.

E contaram-me que, há mais de 30 anos que as penas de pássaros para almofadas e edredons são retiradas de animais vivos! Podem ser retiradas várias vezes, antes de as aves serem abatidas!

Se calhar, foram eles que inventaram aquela da anedota:

- O pobre cortava um presunto ao porco e punha-lhe uma perna de pau, para não ter que o matar à primeira!... assim, rendia mais...

Parece que, as mulheres daquela Empresa nunca chegam a lugares de topo!

É aquilo, a que chamam uma loja com preços porreiros para a bolsa do povo: mas, a que preço?!

Nada admira, considerando que o mentor de tudo aquilo, é um velho admirador NAZI!

Bjo
César

O Puma disse...

Hoje o povo impôs a Obama

a demissão de Mubarak

svasconcelos disse...

Fernando Samuel: se lembro!E vem mesmo a calhar! Um beijo,

Mário: assusta.:( Há q desmascarar essas teias e limpá-las! beijo,

César: exactamente o que também li. os custos humnos e ambientais são inaceitáveis em qq mundo civilizado e democrático.
beijo,

Puma: das melhores notícias dos últimos tempos!:) Agurada-se agora o futuro...beijo,

Kátia disse...

Olá Sílvia,

Sei que saiu uma reportagem ou um artigo recentemente sobre o assunto deste teu post e gostaria de saber exatamente que dia é que saiu e se foi no Público (jornal) que saiu tal artigo. Já procurei mas não encontrei. Desde já obrigada e aguardo resposta. Abraço, Kátia.

svasconcelos disse...

Kátia: o dia preciso não sei, mas li-o há uma semana e pouco na revista, salvo erro, "sábado" (ou seria "visão"). Talvez no site das respectivas revistas o possa encontrar, até porque é recente.
:)

Kátia disse...

Obrigada Silvia pela informação.
Um abraço, Kátia