Hoje fizeram-me recordar Cesariny, uma referência maior do surrealismo, uma paixão que (me) incita recorrentemente a ir ao encontro dos seus poemas.
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
uma espécie de porta)
Mário Cesariny de Vasconcelos
A25A
Há 2 dias
4 comentários:
Um poema alucinante Silvia. Vale a pena, só por ele, mesmo que mais não houvesse, visitar o teu blogue.
É sempre muito bom reler Cesariny.
Obrigada, Sílvia.
Um beijo.
Já há muito tempo que não lia este Cesariny.
Obrigado.
Um beijo.
Armando: eu sabia que ias gostar:) beijo,
Maria: eu adoro-o:) beijo,
Fernando Samuel:para mim, foi um poeta marcante.:) Beijo
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