19/12/10

Cesariny

Hoje fizeram-me recordar Cesariny, uma referência maior do surrealismo, uma paixão que (me) incita recorrentemente a ir ao encontro dos seus poemas.



Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco


uma espécie de porta)

Mário Cesariny de Vasconcelos

4 comentários:

Armando Sena disse...

Um poema alucinante Silvia. Vale a pena, só por ele, mesmo que mais não houvesse, visitar o teu blogue.

Maria disse...

É sempre muito bom reler Cesariny.
Obrigada, Sílvia.

Um beijo.

Fernando Samuel disse...

Já há muito tempo que não lia este Cesariny.
Obrigado.

Um beijo.

svasconcelos disse...

Armando: eu sabia que ias gostar:) beijo,

Maria: eu adoro-o:) beijo,

Fernando Samuel:para mim, foi um poeta marcante.:) Beijo