Recebi há pouco um e-mail a dar conta de uma greve no sector das grandes superfícies alimentares (hipermercados e supermercados) agendada para o próximo dia 24 de Dezembro. Esta greve vem na sequência de uma resolução (desavergonhada) que propõe, a grosso modo e em termos práticos, o comando da vida, não só profissional mas também privada e familiar de milhares de trabalhadores. Ou seja, legaliza, por exemplo, que aos trabalhadores seja exigido, de véspera, o acréscimo de horas (gratuitas) ao seu horário normal de trabalho. Com o falso argumento de que pretendem regulamentar o horário fixo dos funcionários, exigido por lei, impõem-lhes (obrigam-nos a ...) um banco de horas (?) que lhes desregula diariamente os horários de trabalho e , claro, os familiares, até porque face a esta "proposta" das empresas de distribuição, estas pessoas podem trabalhar 12 horas durante dias a fio, com o exigível horário de descanso intercalar de uma ou duas horas... o somatório são 14 horas diárias entregues ao trabalho , mais o tempo de deslocação ao mesmo, ou de retorno a casa, o que perfaz um tempo incontável e inadmissível de privação familiar, com todas as consequências sociais ( e de saúde) que se conhecem...
Confrontado com esta mobilização de greve, respondeu assim belmiro de azevedo:
"Não acredito nesse anúncio de greve para a véspera de natal e que os sindicatos sejam duplamente irresponsáveis : criar desconforto a milhões de portugueses por um pequeno ataque de baixa qualidade. Segundo -e seria muito mais grave- ousem formar algum movimento e não deixem trabalhar quem quer."
Face a isto, e mesmo não sendo crente nem entusiasta do natal, vou evitar comprar o que quer que seja nestas superfícies nos próximos tempos porque, a existir, o Natal tem de ser para todos!, e enaltecedor da dignidade humana, nomeadamente a dos trabalhadores.
Que se combata o novo esclavagismo do nosso tempo!
Na sequência deste assunto, recomendo as seguintes leituras:
2 comentários:
Com o anúncio da greve (que, entretanto, foi desconvocada) os negreiros recuaram - a confirmar que a luta é o caminho.
Um beijo.
Fernando Samuel: cada vez estou mais convicta: é lutanto que se vence!
Um beijo,
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