Qualquer tempo é um tempo duvidoso
assim o meu cercado das cidades
plataformas instáveis
praticáveis cobertos de infinita gente náufraga
que se inclina nas águas como um palco.
Paro na convergência dos estrados
chove já sobre a raça ameaçada
Incertas multidões em volta passam
contemporâneas falam interpretam
a duvidosa língua das imagens
Assim no teatro abstrato das cidades
morrem palavras sobre um palco náufrago
O tempo cobre o céu que se enche de água.
Gastão Cruz *
* Poeta e encenador, fundador do Grupo de Teatro Hoje e Grupo de Teatro de Letras, na década de 60
2 comentários:
Como não sou versado na matéria, sublinho o facto da fotografia ser fantástica.
Armando: é sim. Como as tuas! bjs,
Enviar um comentário