Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.
O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel á sua mão.
Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.
Miguel Torga
Olhava há pouco para uma antologia do Torga. Gosto de abrir os livros ao acaso e fingir que a mensagem que desvendam na página entreaberta me era destinada.
Hoje calhou-me este poema, estrela-guia de tantas infâncias...
6 comentários:
Este era-te com certeza dedicado e merecido.
Armando: Adorava este poema!! Adoro! beijo,
Claro que o Torga estava a pensar em ti quando escreveu este poema...
Um beijo.
Fernando Samuel:muitas vezes gosto de pensar ( e às vezes parece!) que escreveram "aquele" poema para mim. Claro que não foi, mas as palavras entram e aninham-se cá dentro... beijo!
Lindo menino
Puma: só podia, "cortou-lhe o cordel":)
bjs
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