Um grande poeta, um dos "últimos românticos", como alguém o nominou. Da sua poesia, qual rochedo de basalto, que lhe atormentou a infância, vagueiam filões de palavras, eixos brutos de emoções, contundentes, e comoventes...
Uma noite,
quando o mundo já era muito triste,
veio um pássaro da chuva e entrou no
teu peito,
e aí, como um queixume,
ouviu-se essa voz de dor que já era a tua
voz,
como um metal fino,
uma lâmina no coração dos pássaros.
Agora,
nem o vento move as cortinas desta casa.
O silêncio é como uma pedra imensa,
encostada à garganta.
José Agostinho Baptistahttp://www.jabaptista.com/
3 comentários:
Belo poema, como se fosse uma expressão lírica da tristeza.
A saudade, a tristeza, a nostalgia - a beleza.
Um beijo.
Nelson Ricardo: a poesia do José Agostinho Baptista é uma elegia, bela.
bjs,
Fernando Samuel: a literatura está repleta dessa beleza, sobretudo a poesia. :) beijo,
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