Num tempo frenético que passa a correr, eis por fim um bocadinho arrancado a este "chorrilho" de afazeres para o dedicar a uma das minhas "causas" : a Poesia.
Ondas de espesso óleo são meus dias:
passam tão lentamente que não passam.
os homens a meu lado olham, passam,
lentos também como os lentos dias.
O futuro está aí, cheio de dias,
mas é um duro charco; por ali passam
lentas sombras de sonhos quando passam...
Nocturnos céus cobrem-me os dias.
Aprendi, ensinaram-me os que passam
que sempre passam, passarão os dias,
ainda que pareça às vezes que não passam.
Soube além disso que a bordo dos meus dias
também eu passarei com os que passam,
cinza na cinza dos dias.
Nicolás Guillén
4 comentários:
Que passem os tempos
menos os sonhos
Mar Arável: e a força e capacidade para LUTAR! bjs
O que fica é sempre mais do que o que passa...
Um beijo.
Fernando Samuel: penso o mesmo, e por vezes fica mesmo muito... Beijo.
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