De um lado da terra, doutro lado da terra;
De um lado gente, doutro aldo gente;
Lados e filhos desta mesma serra,
O mesmo céu os olha e os consente.
O mesmo beijo aqui, o mesmo beijo além;
Uivos iguais de cão ou de alcateia.
E a mesma lua lírica que vem
Corar meadas de uma velha teia.
Mas uma força que não tem razão,
Que não tem olhos, que não tem sentido,
Passa e reparte o coração
Do mais pequeno tojo adormecido.
Miguel Torga
2 comentários:
Torga sempre actual.
Um beijo.
Fernando Samuel: sempre!:) Beijo.
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