Eis uma situação que envergonha o TEATRO em Portugal, e que devia ser um verdadeiro embaraço para os seus responsáveis. Ao invés, as compras de infraestruturas continuam, os dinheiros públicos continuam a surgir como por encanto, no meio da crise, mas os salários de quem trabalha estão "sacrificados" há meses. Com este indivíduo, sabe-se, porém, que os direitos elementares dos trabalhadores e bons-tratos humanos nunca constituiram sequer alguma preocupação ou cuidado... :
Por Marta Neves in JN , 24 de Setembro :
O PCP denunciou, ontem, quinta-feira, que a empresa "Todos ao Palco", que gere o Rivoli, "tem vários meses de honorários de actores e técnicos em atraso". O vereador Rui Sá já questionou, por carta, o presidente da Câmara do Porto sobre o pagamento pela ocupação da sala.
"O que se passa com a empresa a quem a coligação PSD/CDS entregou o Rivoli Teatro Municipal?" - este é o título de um requerimento, enviado, pelo Partido Comunista, ao presidente da Câmara do Porto e ao Ministério do Trabalho.
No documento, pedem-se informações sobre o cumprimento dos pagamentos ao Município pela ocupação do Rivoli Teatro Municipal pela empresa "Todos ao Palco", dirigida pelo encenador Filipe La Féria.
De acordo com informações a que o PCP teve acesso, a empresa "tem vários meses de honorários em atraso aos actores e técnicos que têm vindo a assegurar as peças apresentadas", uma equipa de cerca de 50 pessoas "em regime de recibos verdes".
"Para além desta inadmissível situação de honorários em atraso, ainda por cima numa empresa altamente financiada pelo Município do Porto, também se constata que desde Julho não são apresentados espectáculos na sala grande do Rivoli", aponta o Partido Comunista.
Por isso mesmo, o PCP admite que "a empresa 'Todos ao Palco' não esteja também a pagar à Câmara do Porto as verbas correspondentes a cerca de 5% da receita de bilheteira a que estava obrigada".
No comunicado enviado às redacções, o Partido Comunista dá a conhecer a possibilidade de "estrear uma nova peça no Rivoli apenas em Dezembro - ou seja pelo menos serão quatro os meses sem espectáculos na sala grande do Rivoli Teatro Municipal -, o que contraria o espírito do contrato de comodato estabelecido com o Município".
Para Rui Sá, vereador na Câmara do Porto, e para Jorge Machado e Honório Novo, deputados na Assembleia da República, esta situação representa, "mais uma vez, a política de dois pesos e duas medidas", sublinhando que "os moradores dos bairros sociais que se atrasam no pagamento das rendas são logo despejados".
O JN tentou, sem êxito, obter esclarecimentos da empresa "Todos ao Palco" e da Câmara do Porto.
A25A
Há 3 dias
5 comentários:
A próxima vez que for ao Rivoli não lhe pago.
La Féria foi sempre protegido
pelo sistema
«Ao rico tudo é permitido» como canta a Internacional.
Só um Partido Comunista pode apontar o dedo às injustiças cometidas contra os trabalhadores.
Que estes profissionais do teatro vejam a sua situação resolvida e que o patrão pague pelo crime de não-pagamento de salários.
Bjs.
Os salários em atraso já fazem parte do quotidiano desta política de direita que Mário Soares iniciou há 34 anos e que os seus sucessores (Cavaco, Guteres, Barroso, Sócrates...)têm vindo a prosseguir...
Um beijo.
Armando: ao que parece o Rivoli está ser expoliado do seu património por este senhor, desvios, material danificado, histórias feias que devem vir a lume, em breve. Uma vergonha. Beijo
Puma: e nem assim assegurou qualidade de trabalho, nem, e sobretudo, dignidade aos seus colaboradores.
Beijo,
Nelson Ricardo: e a este rico até os maus tratos a funcionários, verbais e físicos, têm sido permitidos... e ignorados. E como este, tantos outros ricos pobres de espírito. Um beijo
Fernando Samuel: Exacto, e é precisamente esta política que alimenta indivíduos desta natureza e perpetua actos como o destrato a trabalhadores sob várias formas, deixando-os frequentemente impunes... Um beijo,
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